Educar para a vida....
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domingo, 8 de setembro de 2013
sábado, 7 de setembro de 2013
Temas transversais em Educação
Algumas são as concepções de como se trabalhar com a transversalidade. Assim como já
mencionei em textos anteriores, a escola de hoje continua organizada em torno das
disciplinas, ou seja, continua sendo seu objetivo maior promover essas
disciplinas, enquanto que ficam em segundo plano. Em
uma das concepções, mesmo que a escola trabalhe com os temas de forma contínua,
ou seja, através de atividades pontuais dentro das disciplinas, palestras e
assessorias com outros profissionais, e até mesmo com projetos
interdisciplinares, eles não deixam de estar “fora das disciplinas
especificas”. São trabalhados como currículo “oculto”, e de forma segmentada. Podemos retratar essa segmentação
na situação abaixo vivida pelo personagem Calvin:
Já
em uma segunda concepção, as temáticas transpassam as disciplinas, que deixam
de ser a “finalidade” e passam a ser o “meio” para se trabalhar com os temas.
No entanto, para que isso ocorra é preciso uma reorganização, na qual a escola coloca
esses temas como sendo o eixo vertebrador do sistema educativo. Mas ainda
assim, não há articulação entre as temáticas.
Temos
então novas metáforas para essa transversalidade, ou seja, estratégias que vão
além da compartimentalização das disciplinas e que tiram a escola da sua zona
de conforto e isolamento, e a conectam ao seu mundo externo.
...“Há uma inadequação cada vez mais ampla, profunda
e grave entre os saberes separados, fragmentados, compartimentados entre
disciplinas, e, por outro, realidades ou problemas cada vez mais transversais,
multidimensionais, transnacionais, globais, planetários.”... Edgar Morin
O conceito de Transversalidade
Podemos nos referir ao conceito
de transversalidade, como sendo os novos sentidos para a educação e para a
ciência, uma vez que essa avançou muito nos últimos anos, assim como a escola e
a sociedade. E um dos questionamentos que podemos fazer é o seguinte: Quem é
beneficiado com o avanço da ciência? Qual a parcela da população é atingida por
essas descobertas? Certamente a resposta será de que poucas são as pessoas
beneficiadas. Surgindo assim o questionamento a respeito das nossa escolas. A
escola está a serviço de quem? Quais objetivos pretende alcançar?
Essa
imagem leva a um pensamento bem coerente com a real situação da escola, que
objetiva transmitir somente os conteúdos disciplinares e deixa de lado a
formação do cidadão, tão exaltada no Projeto Pedagógico.
A transversalidade
não se restringe apenas em trabalhar os temas transversais, e sim articular
esses temas com a formação dos nossos alunos. É fato que as escolas se limitam
a ensinar o Português, a Matemáticas, a Biologia, e fica a cargo da família a
construção dos valores. No entanto, sabemos da realidade da família brasileira
hoje, e das transformações que ela teve ao longo dos últimos anos. E
infelizmente até mesmo algumas inversões de valores, como podemos visualizar
comicamente abaixo:
Por isso,
quando pensamos em formação, pensamos em escola, e é ai que temos um grande
entrave, pois muitos professores pensam ser modelos disciplinares específicos,
e muitas vezes se consideram incapazes de trabalhar com temas que não são
específicos de suas disciplinas. É justamente a transversalidade que deve fazer
essa mudança de paradigma, a escola e os professores, precisam entender que a
formação dos alunos, assim como está explicito no projeto pedagógico de
praticamente toda unidade escolar, passa por um processo de construção de
valores.E para
essa construção de valores, é fundamental a prática de uma educação pautada em
valores, que busquem responder aos problemas que a sociedade reconhece como
prioritários e importantes, e não do ensinamento de uma disciplina apenas. Essa
responsabilidade é de todo profissional que está dentro da escola.
Os caminhos da interdisciplinaridade...
Falarei aqui, sobre o caminho percorrido para se
chegar ao processo de conhecimento através da interdisciplinaridade. Sabemos
que os caminhos da interdisciplinaridade passam por uma organização do
conhecimento científico. Essa imagem traz além do humor, uma
realidade que não deveria, mas acontece nas nossas escolas hoje.
Sabemos da importância do trabalho interdisciplinar, mas muitos profissionais não superaram a disciplinaridade. Para chegarmos até a interdisciplinaridade, o caminho é longo, mas gratificante. Vimos nessa aula, como isso ocorre, e farei um breve relato do caminho percorrido. Foi através dos estudos do sociólogo francês, Edgar Morim, que
chegamos a um pensamento simplificador da sistematização da ciência. Pensamento
este que se baseia em três princípios.
O primeiro princípio, chamado de Disjunção, retrata a
separação dos diversos tipos de conhecimento. A partir desse princípio, temos o
surgimento das disciplinas, nas quais separamos o todo, para estudar as
diferentes partes desse todo. O segundo princípio, chamado de Redução, sai da
complexidade e vai ao simples, ou seja, analisa
a parte como se fosse o todo. E o último e terceiro princípio é a Abstração,
que é a formalização da ciência; trazendo assim, benefícios e a vantagem de se
dividir o trabalho, resultando na produção de novos conhecimentos.
Partimos então da TRANSDISCIPLINARIDADE que refere-se à temáticas que ultrapassam a própria articulação entre as disciplinas. Vai além de qualquer disciplina em si. Por exemplo, ao se trabalhar com um projeto sobre Meio Ambiente, não trabalhamos uma disciplina especificamente, e está aquém de qualquer conteúdo específico.
Quando o
trabalho não permite o diálogo, mesmo as disciplinas analisando um mesmo
fenômeno, chamamos o processo de MULTIDISCIPLINAR,
cada profissional analisa o fenômeno dentro do seu campo de atuação sem
dialogar com os demais profissionais. E por fim, a INTERDISCIPLINARIDADE, que é um processo no qual um fenômeno
é estudado por duas ou mais disciplinas e existe o diálogo entre os profissionais.
Essa
imagem retrata como deve ser o ensino, baseado num processo interdisciplinar.
No qual os profissionais e as disciplinas dialogam entre si, buscando a melhor
forma de contextualizar o ensino, trazendo a realidade do aluno bem próxima da
sala de aula.
Sabemos que é difícil, pois na escola de hoje, muitos professores ainda
estão presos a metodologias ultrapassadas, escassas de qualquer diálogo. E é
essa mudança que devemos promover, um movimento de interação com as demais
áreas do conhecimento, que devem favorecer a aprendizagem e a construção de
conhecimento dos alunos, fazendo destes os próprios protagonistas do processo
de aprendizagem, podendo construir uma visão ampla da realidade e a relação
existente entre as diversas áreas do conhecimento.
quarta-feira, 4 de setembro de 2013
Revoluções Educacionais..
Assim como Costa nos diz, também acredito que a Escola somente consegue manter-se porque se transforma. Mas e na práticas? Mantém-se porque também
se transformam? Pelo que pudemos perceber, durante todas essas revoluções, a
escola se transformou sim; mas um entrave talvez, seja a maneira como essa
transformação se deu. Transformar e atender a todos, ou transformar e garantir
o acesso a todos? No século XIX já tínhamos esse formato de escola, ou seja,
uma sala com um professor, esse sendo o detentor do conhecimento, e alguns
alunos. O que temos também hoje é uma mesma sala com um professor, no entanto
com muitos alunos que fazem a nossa sala de aula ser heterogênea. O fato de
trabalharmos com todas as diferenças existentes no espaço escolar, e o
reconhecimento das mesmas, é o que nos legitima a efetivar o nosso trabalho
enquanto professores.
Mas
será esse reconhecimento o suficiente para que a escola consiga se manter?
Assim como a escola, a nossa sociedade passou por várias revoluções, e está bem
diferente de algumas décadas atrás. O avanço tecnológico e global fez com que a
sociedade se desenvolvesse numa velocidade muito rápida e, claro, como sempre,
temos muitas pessoas que ficaram para trás. E esse é um fator crucial dentro
das nossas salas de aula. É impossível inferirmos que todos os alunos
acompanham numa mesma velocidade. Cada um tem seu ritmo, suas singularidades, e
a escola deve se transformar para conseguir atender a todos. Podemos representar esse fato, com a nossa querida Cora:
Todos nós estamos matriculados na escola da vida, e a nossa “escola” deve ser o espaço, onde, possamos reconhecer nossas dificuldades e desenvolver as nossas habilidades. A escola deve ser um espaço democrático, e mesmo sendo o acesso a ela garantia do Estado, ela deve zelar pelo atendimento a todos.
Todos nós estamos matriculados na escola da vida, e a nossa “escola” deve ser o espaço, onde, possamos reconhecer nossas dificuldades e desenvolver as nossas habilidades. A escola deve ser um espaço democrático, e mesmo sendo o acesso a ela garantia do Estado, ela deve zelar pelo atendimento a todos.
Sempre que me deparo com o tema da “revolução” da nossa educação, me vem na cabeça, a música interpretada por Geraldo Vandré, “Pra não dizer que não falei das flores”. Podemos ver o Clipe, acessando o link http://www.youtube.com/watch?v=A_2Gtz-zAzM. E assim deve ser nossa jornada na escola
“.....Caminhando e
cantando e seguindo a canção
Somos todos iguais braços dados ou não...... Então vem vamos embora que esperar não é saber e quem sabe faz a hora não espera acontecer....” Geraldo Vandré
Somos todos iguais braços dados ou não...... Então vem vamos embora que esperar não é saber e quem sabe faz a hora não espera acontecer....” Geraldo Vandré
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